Alguma vez você já deve ter acessado uma interface cujos textos não eram claros, não é mesmo? Muitas vezes, palavras rebuscadas e textos escritos de maneira errônea dificultam a navegação e a inteligibilidade para tomadas de ações em produtos digitais.
A ausência de um bom UX Writing pode comprometer a experiência nas tarefas a serem realizadas, causando frustrações a ponto de gerar perdas de engajamento e adesão por parte do usuário.
Nesse artigo, vou explicar como criar bons textos para produtos digitais.
Em uma definição rápida, UX Writing é o conjunto de textos, voz da marca, cores e tipografias cujo intuito é passar uma mensagem além do próprio texto escrito, de uma maneira que faça sentido e que principalmente ajude o usuário em sua experiência.
Pensando no UX Writing e em todo o potencial que o mesmo pode oferecer, podemos entendê-lo como um aparato fundamental na criação de produtos digitais.
Na imagem abaixo, temos um exemplo claro de um writing mal aplicado, onde os botões de ação induzem o usuário ao erro.
Enquanto o botão com a descrição “ok” serve para cancelar o pedido, o botão com a descrição “cancelar” realiza a ação de encerrar a solicitação de cancelamento do pedido e fechar a janela. Confuso, não acha?
Se aplicarmos UX Writing pensando na experiência do usuário, poderíamos adaptar os textos da seguinte maneira:
Com o texto dos botões ajustados e a interface definindo uma hierarquia para os botões, torna-se menos confusa a tarefa de cancelar ou não um pedido.
Quando desenvolvemos uma interface, nem tudo é festa: os textos nela apresentados devem ser um aporte ao usuário assim como seus demais elementos. Se tomarmos como princípio o movimento do Mobile First, por exemplo, temos um dilema de espaçamentos na tela, levando-nos assim a suprimir os textos a serem apresentados ao usuário.
Todavia, os textos devem ajudar o usuário o máximo possível em sua jornada, independente da ferramenta que o mesmo esteja utilizando. Agora você deve estar se perguntando: por onde devo começar com o UX Writing?
Bom, se levarmos em conta que produtos digitais devem ser acessíveis para usuários com as mais diversas habilidades, devemos pensar no UX Writing da mesma maneira, ou seja, torná-lo acessível para qualquer pessoa que possa utilizar o produto. Podemos seguir uma série de princípios que nos ajudam a ter coesão nos textos do produto, bem como proporcionar ao usuário a melhor experiência possível. São eles:
Toda marca se comunica com o usuário de alguma maneira, seja com uma abordagem formal, ou de uma forma mais descontraída. É imprescindível que ao se comunicar com o usuário sempre seja levado em conta a voz da marca. Dois bons exemplos de marcas que usam vozes consistentes são a Uber e a Coca-Cola. Enquanto a Uber apresenta uma abordagem mais séria e refinada buscando demonstrar confiança e sofisticação, a Coca-Cola apresenta uma linguagem mais amigável e coloquial, buscando trazer positividade.
Não esqueça de manter a voz da marca nos textos de seu produto, pois isso ajuda-o a criar um padrão de identificação e relação com a marca.
Pesquisas de mercado para análise das ações de concorrentes são importantes para entender o que eles estão fazendo de melhor e de que maneira estão se posicionando. Desta maneira pode-se obter um bom direcionamento tanto para a marca quanto para o produto, possibilitando tomar decisões importantes para criar uma voz de marca única e diferenciada.
Não basta ter uma marca ou produto com uma voz, é preciso saber se essa voz está sendo ouvida! Quando apresentamos informações em um layout, esperamos que o usuário entenda o que estamos querendo dizer. Não adianta nada falarmos de uma forma em que o usuário não faça ideia do que está lendo. Conversar com o usuário em sua própria linguagem é essencial.
Palavras cativam, e com elas podemos cativar usuários. Conforme escrevemos, podemos afastar ou engajar os usuários quando estes estão navegando em um produto. Não é preciso abrir mão da voz da marca, ou mesmo a personalidade do produto para atendê-lo da melhor forma: escutar as necessidades do usuário é a melhor maneira de obter engajamento.
Ao decorrer do tempo de vida do produto, o UX Writing deve ser atualizado, mas é importante que o mesmo apresente adaptabilidade independente da situação, pois um produto com textos adaptáveis sempre atenderá melhor às necessidades dos usuários, já que muitas vezes com o decorrer do tempo podem haver mudanças de público-alvo, como também de direcionamento do produto.
Prezar por termos mais simples e objetivos tornam os produtos digitais mais interessantes e fluídos. Termos rebuscados ou frases complexas podem atrapalhar na usabilidade no produto, dificultando a experiência do usuário. Caso seja necessário apresentar termos técnicos ou difíceis, é interessante disponibilizar ao usuário um material auxiliar que possibilite a explicação destes termos. Uma navegação ágil e eficiente depende de um Writing claro e objetivo. Portanto, a seleção de palavras que realmente fazem sentido garantem o êxito do Writing como um todo.
Espero que essas dicas tenham te ajudado!
Para colocar o UX Writing em prática é necessário ter um conhecimento prévio do produto em todas as suas esferas, bem como entender a maneira como o usuário navega pelo mesmo e quais as suas principais características. Informações como a voz da marca, posicionamento da empresa e testes de usabilidade envolvendo o writing são importantes para as correções e atualizações do produto. Conhecimento é poder, e esse poder deve ser aplicado também no modo de utilizarmos as palavras.
O UX Writing é um dos elementos essenciais para a construção de produtos digitais. Levá-lo em conta traz benefícios para a experiência do usuário, bem como para o próprio produto. Com as palavras trabalhando a seu favor, o elo do produto com o usuário raramente resultará em um ponto final.