Microinterações e seu grande papel em produtos digitais

Têm micro no nome, mas importância gigantesca: veja o que são as microinterações e entenda o grande papel que elas desempenham em aprimoramento de usabilidade e experiência do usuário, bem como aumento de apelo visual de produtos digitais.
Fabiano Favretto | 14 de outubro de 2021

Do som do micro-ondas avisando que o alimento está quente ao botão animado de um aplicativo, microinterações estão por todos os lugares em nosso cotidiano, sendo às vezes tão singelas que acabamos nem as percebendo. Mas para que servem as microinterações em produtos digitais?

As microinterações servem para tornar nossas ações mais assertivas, pois nos dão feedbacks e nos auxiliam a realizar tarefas, ou seja, são pequenas ações que transformam tarefas em experiências significativas. É papel do designer criar microinterações em produtos digitais que ajudem na resolução de problemas. Para tal, profissionais da área se utilizam de aparatos visuais e animações, dentre outros recursos, para guiar o usuário dentro da interface de uma maneira fluida.

Detalhes que fazem a diferença

“Deus está nos detalhes” - Ludwig Mies van der Rohe

O famoso arquiteto alemão Mies van der Rohe estava certo quando disse essa célebre frase, pois, afinal, é nos pequenos detalhes que a magia acontece. O mesmo ocorre com as microinterações: estas pequenas ações podem cativar o usuário porque, quando empregadas corretamente, ajudam na construção de uma experiência de produto positiva.

Uma interface com microinterações polidas e feedbacks em interações reflete o cuidado com a experiência do usuário. Você alguma vez já sentiu algum tipo de satisfação ao usar um produto digital que apresenta uma interface fácil de usar e, ao mesmo tempo, um aspecto bonito e detalhado? Talvez não tenha percebido, mas as microinterações em produtos digitais ajudaram a construir o sucesso de sua experiência.

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(Fonte: Update or Die - Mais alguns bons exemplos da animação funcional em UI/UX)

Animação ≠ Microinteração

Algumas vezes, ao acessarem layouts, pessoas podem confundir microinterações com pequenas animações, visto que as microinteracões podem se valer de elementos animados em sua composição. O que diferencia esses dois elementos é que uma animação não traz um contexto consigo, não apresenta informações relevantes, como feedbacks ou status de uma tarefa. No entanto, uma microinteração traz consigo significados que ajudam o usuário a entender uma ação que foi, vai ser ou está sendo realizada, bem como oferecem informações importantes de localização e status dentro de uma interface.

Abaixo, temos um exemplo: primeiramente, temos a animação de um ícone de lixeira que não nos traz informação alguma além de seu aparecimento, enquanto, logo depois, temos um botão que se aproveita de animações para informar que, quando clicado, um item é deletado. Consegue perceber a diferença?

(Fonte)

(Fonte)

As animações são ótimas ferramentas para serem utilizadas na construção de microinterações em produtos digitais, pois oferecem dinamicidade e podem ilustrar de maneira assertiva ações que queremos entregar em uma interface.

Funcionalidades ≠ Microinterações

O que difere as microinterações das funcionalidades é que as microinterações não são tão complexas e não demandam uma carga cognitiva muito grande para serem entendidas, diferentemente das funcionalidades, que, como era de se esperar, apresentam uma maior complexidade e demandam uma maior carga cognitiva para o devido entendimento.

As funcionalidades podem ter inúmeras microinterações. Por exemplo, a imagem abaixo exibe a funcionalidade de upload, em que o status do upload é uma microinteração que compõe esta funcionalidade.

(Fonte)

Ferramentas

Para criar microinterações, você pode se utilizar de protótipos e animações simples ou sofisticadas, tudo dependerá do contexto de uso que você deseja empregar. Algumas ferramentas podem ajudar nessas tarefas:

  • Figma - Ferramenta de prototipagem que permite criar interações e pequenas animações.

  • Framer - Assim como o Figma, possibilita a criação de pequenas animações, podendo também interagir com arquivos de Figma.

  • After Effects - Ferramenta poderosa de animação, apoia a criação de animações simples a animações bastante elaboradas, assim como a exportação para svg.

Para você que quer seguir com animações, existem algumas diretrizes que auxiliam em suas criações para sistemas operacionais específicos, como o Human Interface Guidelines (Apple) e o Material Design (Google). Vale a pena dar uma olhada.

Conclusão

Para criar uma microinteração, deve-se ter sempre em mente que a oportunidade de melhoria da experiência do usuário está sempre presente, pois há vários momentos em que as microinterações se fazem necessárias. Itens como formulários, tarefas burocráticas e interações que demandam a atenção contínua do usuário são ótimos exemplos nos quais aplicar microinterações. Não perca tempo! O melhor momento para começar a utilizá-las em seus produtos digitais é agora!

Referências

Xperience Design - Microinterações no mobile

UX Collective - Microinterações: usabilidade nos detalhes

dpw - Motion UI: microinterações para macroresultados

UX Collective - Microinterações no mobile: grandes impactos na UX

UX Motion Design - Afinal de contas, o que é Microinteração?

Fabiano Favretto
UX/UI Designer | Café sem açúcar, música, usabilidade e um bom livro. A arte me move e o Design me puxa.