Dashboards: um guia de boas práticas para UX e UI Designers

Muito além de apenas resumir grandes informações em uma única tela, os dashboards que encontramos nas interfaces digitais são essenciais para auxiliar as tarefas do usuário dentro de um produto digital. Nesse artigo vou mostrar como melhorar a experiência deixando dashboards mais eficientes e fáceis de usar.
Giovana Schnorr Vendramini | 1 de junho de 2021

Normalmente, encontramos dashboards como uma espécie de página inicial. Afinal, é nessa tela que visualizamos as informações mais relevantes dentro de um sistema.

Essa estrutura de dados precisa ser simples e rápida para facilitar a navegação e o entendimento do usuário com a ferramenta, deixando a experiência mais intuitiva e assertiva.

Muitas pessoas podem relacionar a eficiência de um dashboard com a sua aparência estética, mas ter um layout bonito não garante ao usuário uma boa experiência. Um bom painel tem uma estrutura previsível, onde o usuário encontra os itens que procura de forma imediata e consegue distinguir intuitivamente onde o resto das informações estão.

Para entender melhor a estrutura e saber como organizar as informações dentro de uma tela, separei algumas boas práticas que aprendi na minha caminhada como UX/UI Designer.

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Conheça o usuário das dashboards

Sei que pode parecer redundante ressaltar uma das regras essenciais para qualquer processo de design, mas não custa nada reforçar que é preciso conhecer quem vai usar o sistema e alinhar as funcionalidades do painel com os objetivos e expectativas deste usuário.

Sabendo disso, é essencial planejarmos a customização dessa tela, deixando a cargo do utilizador a organização dos dados, afinal, as funções e atividades podem variar de acordo com as permissões de cada usuário do sistema.

Respeite a hierarquia das informações

A visualização da informação de um painel precisa ser bem pensada e refletir a hierarquia dos dados presentes, dividindo a tela em 5 regiões diferentes.

As informações mais importantes devem ser colocadas no canto superior esquerdo ou no centro do dashboard. As informações secundárias devem estar na parte superior direita ou inferior esquerda, enquanto as informações menos relevantes devem ficar na parte inferior direita da tela. Como você pode ver na imagem abaixo:

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Distribua os elementos de forma assertiva

Se você trabalha com design ou estuda essa área, obviamente já ouviu falar dos Princípios de Gestalt. Saber a lei da proximidade será importante e é uma ótima orientação na hora de distribuir cada item do painel.

Um dos princípios de Gestalt afirma que nós, humanos, percebemos itens que estão fisicamente localizados próximos uns aos outros como agrupados. Em contrapartida, itens distantes são vistos como dissociados e não relacionados.

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Os usuários também perceberão itens com formas, tamanhos e cores semelhantes como objetos relacionados mesmo que não estejam próximos um do outro.

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Organize suas dashboards em módulos

Um conceito básico em UI é o alinhamento das informações. Portanto, quando planejar quais dados irão em cada módulo, leve em consideração se os elementos estão alinhados e respeitam o grid definido para o sistema.

Esses módulos, quando bem estruturados e ordenados, nos ajudam a identificar com mais agilidade as informações que procuramos dentro do painel.

Use as cores apropriadamente

Como já sabemos, os dados devem ser apresentados de forma simples e clara, e a escolha das cores pode auxiliar nesse processo.

As cores selecionadas nos ajudam a identificar padrões na interface, cada uma seguindo um propósito específico. Mas é preciso tomar cuidado: a quantidade excessiva de cores em um dashboard acaba atrapalhando a compreensão de dados presentes na tela, o que pode deixar o usuário inseguro e indeciso.

É bom lembrar também que alguns usuários podem encontrar dificuldades devido a vários déficits de visão, sendo algumas cores mais difíceis de distinguir do que outras.

  • Leia também: A importância das cores em produtos digitais
  • Escolha o tipo de representação gráfica da dashboard

    Dashboards sem representações gráficas não são dashboards, são apenas um banco de dados. Se o intuito é justamente facilitar a visualização e a interpretação dos dados é extremamente importante escolhermos o tipo de gráfico que devemos usar para representar cada informação e alinhar essas representações aos objetivos do usuário. Por exemplo:

    Os Gráficos de Barra proporcionam um entendimento instantâneo dos dados, transmitindo uma comparação mais fácil para o usuário.

    Os Gráficos de Linha são usados para mostrar as mudanças dos dados com o decorrer do tempo. Essa representação normalmente mostra o valores no eixo Y enquanto o tempo é apresentado no eixo X. Ótimos para identificação de padrões e tendências.

    Os Gráficos de Pizza estão presentes em muitas dashboards, mas não são muito recomendados para representar os dados dentro do painel. ’

    Nós, seres humanos, não somos bons na comparação com precisão de áreas ou ângulos. Portanto, os usuários precisavam de mais tempo e mais atenção para analisar os dados.

    A utilização desse tipo de representação é indicada somente quando a soma das partes é igual a 100% sem precisarem ser comparados em cada eixo, mas sim como partes de um todo.

    Além dos gráficos mais comuns existem outros tipos de gráficos básicos que podem te ajudar na visualização da informação, como na imagem abaixo:

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    Quando se trata de gráficos, evite as representações em 3D. Lembre-se que menos é mais: gráficos minimalistas são mais fáceis de compreender e não fornece tanta distração.

    Essas boas práticas vão te auxiliar a criar dashboards muito mais intuitivos e simples de navegar. Dados são complexos, quanto mais ajudarmos o usuário em suas análises, melhor será a experiência.

    Giovana Schnorr Vendramini
    UX/UI Designer | Adoro divagar sobre os mais diversos assuntos. Sou fascinada por design, cultura geek, viagens e não saio de casa sem meus fones de ouvido.