A transformação digital na educação vai além do ensino a distância. Novas tecnologias possibilitam novas maneiras de aprender e interagir em sala de aula. Além disso, facilitam processos de gestão e impulsionam mudanças na cultura da instituição.
Algumas dessas ferramentas são: armazenamento em nuvem, big data, machine learning, aplicativos móveis, entre outros. Tais artifícios permitem a personalização do ensino, contribuem para sua qualidade e podem reduzir custos significativos.
Mas, para aderir a transformação digital, a instituição precisa identificar o seu nível de maturidade digital, os seus objetivos e quais recursos são necessários para a mudança.
Todos esses pontos são apresentados com mais detalhes nesse post. Acompanhe a leitura.
Vamos começar pelo básico: transformação digital é tornar o core de uma empresa tecnológico, isto é, utilizar a tecnologia como parte da estrutura.
Deste modo, mudanças no modelo de negócios e na cultura empresarial serão orientadas pelas ferramentas disponíveis, pelos recursos necessários e, claro, pela maturidade tecnológica.
Afinal, não faz sentido utilizar impressoras 3D em sala de aula se nenhum docente sabe como utilizá-las ou se não há um objetivo claro para isso, por exemplo.
Na educação, a digitalização de processos e o uso de novas tecnologias é fruto de mudanças comportamentais de longa data. A partir dos anos 90, a legislação brasileira permitiu que as instituições utilizassem a internet para publicar conteúdos e promover interações entre alunos e professores. Ou seja, o momento atual apenas acelerou transformações que já estavam acontecendo e que seriam inevitáveis.
Tais modificações estimulam o crescimento do setor que, mesmo durante a crise econômica de 2013 e 2017, cresceu 37,5%, segundo dados do IBGE.
O ensino a distância não é novidade. Surgiu em 1728, nos Estados Unidos, quando o professor Caleb Phillps teve a ideia inusitada de anunciar seu curso de taquigrafia em um jornal, enviando o conteúdo das aulas pelo correio.
No Brasil, os cursos por correspondência tiveram início em 1904. Nos anos 20, surgiram os cursos via rádio; nos anos 70, via TV; até que nos 90 passamos a utilizar a internet.
Atualmente, 76,3% dos adultos preferem estudar de forma remota, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). 26% dos alunos matriculados no ensino superior cursam a distância.
Durante a pandemia, 74% dos estudantes das redes públicas e municipais, e 85% dos alunos da rede particular, realizaram algum tipo de atividade não presencial, conforme levantamento do Instituto Datafolha.
Com isso, compreendemos que o papel do EAD é bastante positivo. Se antes alunos, pais ou professores tinham alguma concepção errônea do uso de plataformas digitais; hoje esse pré-conceito caiu por terra.
Mas, como já dissemos, a transformação digital na educação vai além do ensino a distância.
A digitalização na educação não está restrita às aulas online. Tecnologias como armazenamento em nuvem, big data, machine learning, entre outras, são utilizadas dentro e fora das salas de aula, otimizando a gestão da instituição de ensino.
Vamos conhecê-las?
Essa ferramenta possibilita arquivar um grande volume de dados online e ‘na nuvem’, dispensando o uso de servidores. Dessa forma, possibilita acesso à informações a qualquer hora e em qualquer lugar, além de oferecer maior segurança.
Ferramentas de inteligência artificial como o big data e machine learning são revolucionárias na educação. Elas possibilitam a coleta e a análise de dados que, quando cruzados, traçam o perfil e o estilo de aprendizado de cada aluno.
Isso facilita a compreensão, de que conteúdos são mais interessantes para cada aluno, por exemplo, bem como lacunas que precisam ser preenchidas e até qual curso complementar ele pode ser de interesse.
São utilizados no M-learning, modalidade de ensino que cria novos ambientes de aprendizado a partir de dispositivos móveis, sejam eles laptops, tablets ou smartphones. O objetivo é acelerar a atualização de conteúdos, servindo como um apoio para os métodos tradicionais de ensino.
Impressoras 3D e plataformas de prototipagem eletrônica são ferramentas da cultura maker cada vez mais populares nas escolas. Com estas tecnologias , os alunos podem aprender novos conteúdos na prática e integrar conhecimentos de diferentes matérias como matemática e ciências.
Jogos sempre estiveram presentes na sala de aula. A diferença é que, agora, a tecnologia os torna ainda mais atraentes e divertidos. Um bom exemplo é a versão educativa do Minecraft.
Os ambientes virtuais de aprendizagem, também conhecidos como ‘portal do aluno’, são painéis com todas as atividades que serão desenvolvidas. A partir desse canal, também podemos identificar como o aluno aprende de forma mais eficaz. Ele prefere ler apostilas ou assistir videoaulas, por exemplo? Essas informações são valiosas para a atualização tanto do plano de aula quanto do modelo de negócios da instituição.
Como dissemos, transformação digital na educação não é apenas EAD ou tablets em sala de aula. É tornar o cerne da instituição tecnológico, modificando sua forma de atuação e a sua cultura. Nesse ponto precisamos considerar a maturidade digital da instituição de ensino.
Em 2017, o Ibope Media/Target Group Index analisou os hábitos dos brasileiros na internet. Dos 84 milhões de usuários, 63% foram considerados digitalmente maduros, ou seja, compreendem como funcionam os recursos e as consequências de seus usos.
Embora este número seja expressivo, apenas 7% dos usuários fazem ou já fizeram algum curso online.
Além disso, temos o lado dos professores, que muitas vezes não estão adaptados às certas tecnologias. Ou seja, não basta termos várias opções de recursos se os alunos e o corpo docente não estão preparados para seu uso. Tampouco se os estudantes não se interessam pelo conteúdo lecionado, se o método de ensino é monótono e não desperta a curiosidade.
Então, quais seriam os primeiros passos para incorporar a transformação digital nas escolas, universidades e demais instituições?
Aqui estão eles:
Iniciamos nossa jornada compreendendo o atual status da IE. Analise toda a sua estrutura bem como os processos administrativos. O que precisa ser melhorado? Observe as tendências de mercado e as demandas da comunidade. O que os alunos precisam? Quais são as demandas dos pais? E dos professores e demais colaboradores?
Depois desse entendimento precisamos definir os objetivos da instituição e os recursos necessários para alcançá-los.
Reflita: por que a instituição quer aderir a transformação digital? Como fazer isso? O que será preciso? Quais são as metas a curto, médio e longo prazo?
É importante lembrar que essas medidas terão efeito apenas se os profissionais e os estudantes estiverem alinhados com a cultura digital, ou seja, familiarizados e interessados pelas ferramentas que pretende-se adotar.
Metas bem definidas facilitam a compressão as tecnologias necessárias para atendê-las.
Se o seu objetivo é centralizar informações e facilitar o acesso às mesmas, uma plataforma em nuvem pode ser uma boa opção, por exemplo.
Feito isso, o próximo passo é capacitar os professores e seus auxiliares para que possam usufruir todo o potencial das tecnologias implementadas. Dessa forma, a adaptação às mudanças será mais rápida.
Os responsáveis pelos alunos devem ser informados sobre as mudanças, afinal, desempenham um papel importantíssimo na educação.
Agende reuniões periodicamente, realize palestras e encaminhe informativos mostrando o quanto a nova estratégia será benéfica para todos.
A transformação digital na educação traz vantagens para todos os envolvidos no processo: gestores, colaboradores, professores, alunos e, até mesmo, seus responsáveis.
A principal delas é o uso de plataformas personalizadas, utilizadas com estudantes de diferentes níveis de conhecimento. Com o apoio das tecnologias fica mais fácil customizar as aulas de acordo com o perfil e ritmo de cada aluno ou classe, além de oferecer conteúdos interativos com imagens, áudios e textos.
Para a instituição, a transformação digital confere:
Maior produtividade
Maior qualidade no ensino
Maior adesão de alunos
Aumento no número de matrículas
Redução de custos
As instituições de ensino que aderiram à transformação digital acompanham com maior facilidade as mudanças no setor. Além disso, respondem com mais agilidade às demandas do dia a dia, desenvolvendo soluções eficazes para toda a comunidade em seu entorno.
Porém, vale lembrar que essa adaptação dependerá do nível de maturidade digital da empresa, ou seja, no quanto a sua estrutura e a sua cultura interna estão voltadas para a tecnologia.
A mudança não precisa ser radical, pelo contrário, podemos desenhar um plano estratégico e ir avançando, gradualmente, rumo aos objetivos. Para isso, identifique quais são os recursos disponíveis e o que precisa ser transformado. Esses fatores, irão definir qual ferramenta tecnológica deverá ser adotada e por onde começar.